Com muitas escolas sem professores a várias disciplinas, sobretudo na região de Lisboa e Algarve, o Governo tinha anunciado a disponibilização de 29 casas em regime de arrendamento "acessível" - o que significa rendas máximas entre os 600 e os 1.700 euros para um T0 ou T5, respetivamente, em Lisboa, ou entre 325 e 875 euros em Portimão.
Segundo os resultados anunciados terça-feira pela Direção-Geral da Administração Escolar e citados pelo Público, das 29 casas anunciadas sobraram apenas 11, e dos 388 professores que se candidataram foram selecionados apenas 15. Destes, alguns terão de dividir casa, mas dos professores contactados pelo Público nenhum conseguiu ainda obter respostas concretas sobre onde irão morar, quanto terão de pagar e se terão de partilhar casa.
Esta semana, a Fenprof anunciou que estará presente nas manifestações pela habitação que se realizam no próximo sábado, dia 30, em várias localidade do país. frente sindical apela à participação dos professores nestas manifestações, "não apenas aos que são diretamente afetados por este grave problema, mas a todos, porque este é um problema que diz respeito a este grupo profissional, mas também a todos os portugueses e portuguesas".
A Fenprof acusa o Governo e as autarquias onde mais se sente a falta de professores de nada fazerem no sentido de "garantir a colocação e fixação dos professores nas zonas em que o custo de vida é mais elevado, desde logo o da habitação". E lembra que há milhares de professores "deslocados das suas áreas de residência, sendo-lhes exigidas rendas proibitivas de apartamentos e, até, de simples quartos". O que a juntar à inflação do preço dos bens alimentares e ao preço dos combustíveis leva muitos professores a terem despesas acima do salário que auferem. "Esse é motivo que afasta jovens da profissão, muitos deles sendo obrigados a rejeitar as colocações que obtêm", aponta a Fenprof.