Em declarações ao Público, Fernando Gomes explicou que a tendência socialista defendia passar de cinco a seis membros na Comissão Executiva, e permitir a entrada de sindicalistas do Bloco de Esquerda. A estratégia “era o aumento da unidade e democracia interna na comissão executiva, alargando a participação de mais sindicalistas das correntes, incluindo a socialista, reforçando assim a CGTP”, argumenta o porta-voz da corrente ligada ao PS. “A corrente sindical do PCP recusou este justo e correto objetivo”, lamentou Fernando Gomes.
Neste contexto, “os sindicalistas socialistas não aceitaram integrar a comissão executiva, que foi eleita pelo conselho nacional”, passando a mesma de 29 para 24 elementos. Ainda assim, a corrente garantiu que os seus membros no conselho nacional da CGTP continuarão a defender “o alargamento da sua unidade e democracia interna”.
Em comunicado, os Sindicalistas da Corrente de Opinião Política Ideológica (COPI) do Bloco reivindicam a renovação política na CGTP e a sua entrada na Comissão Executiva.
Bloco lamenta "fechamento sectário por parte da maioria"
No documento, fazem “um balanço negativo da preparação do encontro”, assinalando que “não houve, até agora, uma ampliação do debate e houve um fechamento na composição da Comissão Executiva da central sindical, eleita nesta noite, só com 24 membros”.
“Num Congresso que devia abrir caminhos de ampliação e inclusão, o estreitamento, a ausência de renovação política e a exclusão de opiniões são um sinal preocupante sobre o futuro e para a luta dos trabalhadores, com a redução da representação das correntes de opinião político ideológicas (COPI), em torno duma maioria esmagadora do PCP”, escrevem.
A COPI do Bloco reafirma que as suas propostas “são imprescindíveis para a garantia da democracia interna no respeito pelo direito de tendência e garantia de diversidade na composição dos órgãos que agora foram rejeitadas”.
“Ao longo do último mandato afirmamos sempre que devia haver maior cooperação com outros sindicatos, movimentos e organizações e defendemos a integração na CGTP de organizações que “aguardam há anos resposta aos pedidos de adesão, como é o caso do sindicato STSSSS”, lembram os sindicalistas do Bloco de Esquerda.
Tal como tem acontecido até aqui, a COPI do Bloco reivindica que, na composição dos órgãos nacionais da CGTP, se incluam “todas as sensibilidades que constituem o sindicalismo combativo e de classe, ao contrário do que tem acontecido até hoje na Comissão Executiva”.
“Em vez de fechamento sectário por parte da maioria, os sindicatos só têm a ganhar em serem um espaço de todos os trabalhadores, nas suas múltiplas condições, pertenças e sensibilidades políticas e sindicais”, defendem, garantindo que vão “continuar essa luta”.