O segundo maior grupo bancário de França, o BPCE, lançou uma oferta de compra do Novo Banco no valor de 6,4 mil milhões de euros. Quando se concretizar, noticia esta segunda-fira o jornal Público, dirigentes do fundo de investimento norte-americanos Lone Star e gestores do Novo Banco embolsarão 1,1 mil milhões de euros.
Entre eles estão John Grayken, o fundador e presidente do fundo que será quem ganhará mais, seguido do seu CEO, Donald Quintin. Para além deles também Kambiz Nourbakhsh, Benjamin Dickgieser, Evgeniy Kazarez, Byron Haynes, presidente da administração do Novo Banco, e Mark Bourke, o seu CEO, ganharão muito.
Banca
Novo Banco quer distribuir dividendos e Lone Star deve receber quase mil milhões
O bónus nasceu na compra do banco pela Lone Star em 2017. O fundo fez com que gestores do Conselho de Administração Executivo e do Conselho Geral e de Supervisão passassem a ter participação através de um “veículo” que tinha anexado um plano de incentivos (Management Incentive Plan). Previa-se que, depois da conclusão posterior da seu venda, houvesse um “prémio” de dimensão diferente consoante a posição de cada um na hierarquia da Lone Star. A justificação é que isso alinharia os interesses dos gestores com o do investidores “com vista à obtenção de resultados rápidos, sustentados no recurso ao mecanismo de capital público, de 3,9 mil milhões de euros, a rede de segurança que o Lone Star recebeu do Estado português para proteger o risco que assumiu”, escreve o Público, que acrescenta que o Novo Banco “preocupou-se em não passar para o exterior” esta informação. Esta foi até omitida no relatório e contas de 2018, refere o jornal.
António Ramalho, Luísa Soares da Silva Matos, José Eduardo Bettencourt, Luís Ribeiro, Jorge Cardoso, Catarina Horta e Rui Fontes, a equipa à frente do Novo Banco na altura da compra, já tinha ganho milhões quando deixou funções. Nesta distribuição de bónus da Lone Star, António Ramalho deve ter direito a “entre sete e dez milhões de euros”. José Eduardo Bettencourt, Vítor Fernandes e Jorge Cardoso, estima-se que “entre um e dois milhões de euros”. Rui Fontes, que continuou, sendo agora administrador responsável pelo crédito, deverá também ganhar prémio por esta nova venda.