Esta sexta-feira, os trabalhadores da indústria automóvel vão estar numa concentração junto à sede nacional da Associação Automóvel de Portugal (ACAP), na Avenida Torre de Belém, em Lisboa, para exigir o fim da redução de direitos dos trabalhadores. A Fiequimetal, que convoca a concentração, fala numa “ofensiva para reduzir direitos dos trabalhadores e aumentar a exploração”.
Os sindicatos exigem aos patrões “celeridade e bom senso” nas negociações por um contrato coletivo “que dignifique o trabalho e valorize os trabalhadores”, apelando a que respondam às reivindicações apresentadas para 2025.
No ano passado, o setor automóvel faturou em Portugal 42,6 mil milhões de euros, com 10,9 milhões de euros em receitas fiscais. A produção de veículos aumentou 4,5%, atingindo o segundo melhor resultado da década.
Só que perante esses lucros, a Fiequimetal denuncia que os patrões “não hesitam em avançar com propostas e práticas para diminuir direitos e aumentar a exploração”. E critica o aumento e a desregulação do tempo de trabalho, impondo 60 horas semanais e 12 horas diárias, bem como a redução do pagamento do trabalho suplementar e a eliminação do descanso compensatório.
Os trabalhadores criticam ainda a pressão para a polivalência e a desqualificação, “querendo transformar o trabalhador num faz-tudo” e “comprimindo 153 categorias profissionais em apenas 27 e eliminando 54 profissões”, mas também a “imposição de ritmos de trabalho desumanos” e a redução do número de horas para formação profissional.
Por isso, entre as reivindicações dos sindicatos estão o respeito pela especialização, a redução do horário laboral para as 35 horas de trabalho máximo, a melhoria das condições de trabalho, e a garantira de uma formação profissional de qualidade. Com a reafirmação de que a atual situação “não pode ser”.