Professores continuam protestos na preparação do novo ano letivo

19 de julho 2023 - 18:16

Fenprof e Stop manifestaram-se em Coimbra, onde o ministro da Educação foi reunir para preparar o novo ano letivo. Também os diretores se mostram “preocupados” com a falta de “condições mínimas” para o regresso às aulas.

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Professores em protesto esta quarta-feira em Coimbra. Foto da Fenprof.
Professores em protesto esta quarta-feira em Coimbra. Foto da Fenprof.

Esta quarta-feira, dezenas de professores em protesto receberam o ministro da Educação na sua deslocação ao Convento de São Francisco, em Coimbra, onde tinha ido reunir com diretores de escolas e de agrupamentos de escolas para preparar o próximo ano letivo.

No mesmo local, confluíram duas ações diferentes, uma organizada pela Fenprof, a outro pelo Stop.

Pela parte da Fenprof, criticavam-se os “atrasos, adiamentos e passividade do Ministério da Educação”, nomeadamente “a demora na saída dos resultados dos concursos e do procedimento concursal da mobilidade por doença” com os sindicatos a dizer que não compreendem a demora.

Lembram ainda que “as medidas e ações que venham a ser anunciadas já deveriam estar a decorrer, pelo que este atraso na preparação do ano letivo obrigará alguns professores a passarem o período de férias a trabalhar”.

Manifestaram-se também contra o “inaceitável” regime de mobilidade por doença e vincaram que “nada de estrutural” está a ser feito para resolver “o problema da década: a falta de professores qualificados”.

Os professores desta estrutura sindical vinham munidos de uma “carta aberta” a João Costa, assinada por secretário-geral-adjunto da organização, Francisco Gonçalves, a que juntaram outra carta aberta já anteriormente enviada a 12 de junho e assinada pelas nove organizações sindicais que fazem parte da plataforma sindical de docentes e que apela ao regresso das negociações, insistindo nas reivindicações que os professores apresentaram durante todo este ano letivo.

Em protesto no mesmo local estiveram professores que responderam a uma convocatória do Stop. Estes mostravam lenços brancos ao ministro e cantavam “Está na hora de ir embora”. João Rodrigues, do Stop, citado pela Lusa, justifica que João Costa “não reúne condições para se manter com a pasta”, uma vez que “não ouve as escolas”.

Conselho das Escolas preocupado com falta de condições para o regresso às aulas

Para além dos sindicatos, o Conselho das Escolas, numa recomendação aprovada por unanimidade na segunda-feira, revelou-se “preocupado” com o facto das escolas “não disporem das condições mínimas” para o regresso às aulas. Este organismo consultivo do ministério, composto por diretores de escolas públicas, defende ser “fundamental” um “reforço extraordinário de docentes e quer um acréscimo no investimento nos Planos de Desenvolvimento Pessoal, Social e Comunitário e nas equipas multidisciplinares de apoio à educação inclusiva.

À saída da reunião desta quarta-feira com o ministro, Filinto Lima, presidente da Associação Nacional dos Diretores de Agrupamentos de Escolas Públicas, sublinhou esta mesma mensagem: “podem faltar recursos para as escolas levarem a bom porto o plano de recuperação das aprendizagens. Tivemos a funcionar nos últimos dois anos, mas este ano vamos ter só técnicos especializados. Vamos ter de dar conta do recado com menos recursos”. Também ele reforçou “a necessidade” de “ter mais professores”.