Greve dos trabalhadores da Infraestruturas de Portugal a 2 e 4 de janeiro

01 de janeiro 2024 - 11:44

Trabalhadores de operação, comando, controlo, informação, gestão de circulação e conservação ferroviária exigem regularização da sua profissão, melhores condições de trabalho e aumentos salariais.

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Foto da Infraestruturas de Portugal, Wikimedia Commons.

Em declarações à Lusa, Adriano Filipe, presidente da Aprofer - Associação Sindical dos Profissionais do Comando e Controlo Ferroviário, explicou que os motivos greve “são os mesmos" da paralisação que convocada para setembro de 2022.

À época, a IP comprometeu-se a negociar um acordo. "Teoricamente, desde maio até setembro, seria o tempo de negociar", mas isso "nunca aconteceu", adiantou Adriano Filipe.

"O acordo seria fechar as negociações e compromisso de paz social até 31 de dezembro de 2023, mas face ao incumprimento por parte da IP, resolvemos decretar greve a partir do início de janeiro e será uma greve que, até que haja um acordo ou uma mudança de posição, irá continuar", detalhou.

O dirigente sindical explicou ainda que “há 17 anos que novos postos de trabalho carecem de uma regularização do funcionamento”. Portanto, “nós trabalhamos nos moldes ainda da antiga CP", indicou, enfatizando que o trabalho é "num posto altamente tecnológico, que concentra a circulação e manutenção toda do país inteiro".

"O que nós pedimos é uma diferença de remuneração em relação àquilo que se paga nas estações", indicou, salientando que estes cerca de 300 trabalhadores têm "o mesmo escalão remuneratório dos trabalhadores das estações".

"Só que o trabalhador está numa estação tem uma responsabilidade muito local. Nós temos a uma responsabilidade nacional" e "o grau de concentração" é muito elevado, com os trabalhadores a terem de gerir manobras, circulação, acidentes, avarias, entre outras tarefas, esclareceu Adriano Filipe.

O presidente da Aprofer denunciou ainda as condições em que vários trabalhadores deslocalizados das suas casas se encontram.

"Foi tudo à nossa conta, nem nos compensaram. Tenho pessoas a trabalharem em Braço de Prata [Lisboa], quatro trabalhadores, por exemplo, que vieram da Beira Alta, todos eles com cerca de 60 anos, maior parte deles já são avós e vivem num apartamento pago à conta deles", exemplificou.

Na sua página de internet, IP informa que poderão registar-se perturbações na circulação ferroviária. E refere que, nos termos dos serviços mínimos definidos pelo Tribunal Arbitral, garantirá, no dia 2 de janeiro, a abertura de 25% do seu canal ferroviário para os serviços Urbanos – Lisboa e Porto e de 30% para as circulações de Longo Curso e Regionais. E que, no dia 4 de janeiro, será assegurada a abertura de 30% do canal ferroviário para os serviços Urbanos – Lisboa e Porto e de 25% para as circulações de Longo Curso e Regionais.

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