Entre 7 e 14 de maio, um conjunto de greves afetará a circulação dos comboios da CP. O período mais intenso da luta dos trabalhadores será já esta semana, começando na quarta-feira e prolongado-se até sexta-feira.
Durante os três dias desta semana, cerca de uma dúzia de sindicatos unem-se no protesto. De acordo com o Sindicato Nacional dos Trabalhadores do Sector Ferroviário, a greve justifica-se “porque a administração da CP e o Governo não querem valorizar os salários dos trabalhadores da CP e impuseram um aumento que os desvaloriza ainda mais”. A luta é assim contra “a imposição de aumentos salariais que não repõem o poder de compra” mas também por outros motivos como a implementação do Acordo de reestruturação das tabelas salariais nos termos em que foi negociado e acordado, a contratação de mais trabalhadores e a abertura de concursos internos para chefias intermédias e a atribuição de escalas de trabalho com três fins-de-semana consecutivos aos trabalhadores em regime de escalas ou turnos em postos de trabalho fixo.
Depois, o SMAQ, Sindicato Nacional dos Maquinistas dos Caminhos de Ferro Portugueses, continua em greve até 14 de maio mas apenas às horas extraordinárias, com o seu presidente, António Domingues, a dizer que as propostas recebidas da empresa são “um passo atrás” “que fica abaixo do que tinha sido acordado” com os sindicatos.
Também o SFRCI, Sindicato Ferroviário da Revisão Comercial Itinerante, que tinha marcado a greve do passado dia 28 de abril, faz greve até dia 14.
Uma greve sem serviços mínimos
Estas greves, particularmente a dos dias 7, 8 e 9, não terão serviços mínimos por decisão do tribunal arbitral. O organismo justifica a sua decisão por “não se garantir, quanto à percentagem que se julgou como correspondendo à satisfação das necessidades sociais impreteríveis sem, ao mesmo tempo, se aniquilar o núcleo fundamental do direito à greve, os mínimos padrões de segurança dos utentes no acesso às plataformas das estações ferroviárias e no uso das composições, segundo a informação obtida junto da empresa”.
Se houver necessidade, esclarecem os sindicatos, será garantida a circulação de comboios de socorro e será garantida a chegada aos destino “em condições de segurança e respetivo resguardo/estacionamento” de todas as composições, que ao início da greve, se encontrem em circulação.