Lutas

Trabalhadores de profissões de desgaste rápido manifestam-se por mais direitos

03 de julho 2025 - 16:56

Centenas de trabalhadores manifestaram-se em frente à Assembleia da República no dia em que a petição da Fiequimetal é discutida na Assembleia da República.

PARTILHAR
Manifestação
Fotografia de Filipe Amorim/Lusa.

“O setor das indústrias é de longe o mais afetado pelas doenças profissionais, onde diversos trabalhadores, devido a cada vez maior exploração da sua força de trabalho, pelas empresas que impõem ritmos de trabalhos desumanos”, ouve-se em frente à Assembleia da República.

As palavras são do representante da Fiequimetal, dirigindo-se a uma concentração que juntou centenas de pessoas em frente ao Palácio de São Bento para fazerem a sua voz ser ouvida pelo aumento das condições e do reconhecimento de profissões de desgaste rápido. Essas profissões “causam diversos danos na saúde dos trabalhadores, provocando um desgaste mais rápido da sua saúde e organismo, com consequências graves ou muito graves para a sua saúde”, diz o dirigente sindical.

Os trabalhadores presentes respondem com o cântico “trabalhar com qualidade, reformar com dignidade”. Nos setores do âmbito da Fiequimetal, são várias as profissões que “devido a ritmos intensos, pressões de diversas ordens, más condições de trabalho, falta de meios de proteção coletiva e a má vigilância da saúde”, conduzem a um desgaste mais rápido da saúde física e mental dos trabalhadores.

Aos trabalhadores que se uniram pela dignificação das profissões de desgaste rápido, juntaram-se os trabalhadores da Exile (Tudor), que desceram a rua de São Bento para ir ao encontro da manifestação organizada pela Fiequimetal.

Nesta quinta-feira, debate-se a petição que foi promovida pela Fiequimetal e que exige o reconhecimento das profissões de desgaste rápido na indústria. A petição recolheu 13 mil assinaturas e contou com a força de “um elevado número de trabalhadores portadores de doenças profissionais, muitas delas irreversíveis”.

“Não existe dinheiro que repare os danos causados pelo trabalho. A única forma de compensação ao alcance do Estado é permitir o acesso a condições de reforma mais favoráveis, que assegurem a estes trabalhadores mais qualidade de vida no fim do seu percurso profissional”, lê-se na convocatória da manifestação.

A coordenadora do Bloco de Esquerda esteve presente na concentração, onde considerou “muito importante” a luta destes trabalhadores. “Aquilo que nós temos vindo a defender é que todas as pessoas que trabalham à noite ou por turnos possam ter condições especiais para exercer a sua profissão e um acesso à reforma antecipada”, afirmou à agência Lusa.

A deputada salientou que o anterior governo do PS já tinha criado um grupo de trabalho para reconhecer profissões de desgaste rápido, mas o atual executivo PSD/CDS-PP “não fez absolutamente nada e entendeu que a única prioridade na lei de trabalho era alterar a lei da greve”.